Criação de Aves, Capítulo III: Gestão da Saúde das Aves para Aves Comerciais
Prevenção de doença
1. Prevenção por saneamento
O saneamento é usado para reduzir o número de organismos causadores de doenças com os quais as galinhas entram em contato a um nível em que não causem mais doenças e para fornecer um ambiente limpo e saudável. Isso pode ser feito por limpeza e desinfecção, por ventilação adequada para reduzir o número de organismos no ar e pela redução do contato com outras galinhas, mantendo-as em gaiolas.
O saneamento afeta todos os níveis do ambiente das aves:
(a) Edifício e equipamento : as gaiolas têm como objetivo manter as aves fora do contato com seus excrementos, ração e água derramadas, etc., que são uma fonte de bactérias e crescimento bacteriano. O controle da mosca é importante para que esse método seja eficaz. Em operações no chão, uma quantidade adequada de cama seca ajuda a controlar o crescimento bacteriano.
Na limpeza, sopre ou borrife o pó das paredes, teto, vigas, ventiladores, etc. Molhe e remova o lixo, limpe o prédio e o equipamento com água e detergente. Siga com um bom desinfetante. Uma inundação de sujeira não pode ser desinfetada. A cama deve ser empilhada ou espalhada a pelo menos 100m dos galpões (prefere-se 1 km).
(b) Ração : Entre os bandos, limpe a ração nos cochos e caixas dentro e fora do prédio e remova-a do prédio. Pode ser segurado para alimentar galinhas da mesma idade ou enviado para reprocessamento. Os escaninhos de armazenamento externos devem ser verificados para garantir que o alimento estragado ou mofado não esteja aderindo ao interior e que o escaninho esteja vazio. Os comedouros devem ser construídos e ajustados de forma que a ração não seja derramada ou cobrada na cama.
(c) Água : os cochos abertos são uma fonte de contaminação da secreção nasal e oral e fezes, etc. e devem ser limpos regularmente. Os bebedouros tipo nipple são muito mais limpos, mas a pressão não deve ser muito alta. Um número enorme de bactérias pode se acumular em lagos e alguns poços, em linhas de água e em copos ou bebedouros, portanto, um programa periódico ou constante de higienização e descalcificação pode ser necessário.
(d) Ar : O ar limpo e livre de germes é uma parte muito importante de um ambiente saudável. Um bom sistema de ventilação para diluir e remover poeira e microorganismos e manter a caneta seca faz parte de um programa de higienização.
(e) O zelador : Os trabalhadores podem levar infecções para as aves nas mãos, roupas, botas e equipamento. Eles podem espalhar germes de um grupo para outro na fazenda ou trazer germes de fora da fazenda. Se a mesma pessoa estiver cuidando de mais de um prédio, as roupas externas e os calçados devem ser trocados entre os prédios e as mãos lavadas com desinfetante. Se possível, trabalhadores separados devem cuidar de pintinhos, pássaros jovens e adultos.
Um bom isolamento requer banho e nenhum contato com outras galinhas ou outras pessoas que têm galinhas ou trabalham com galinhas. O saneamento é um método de eliminar ou reduzir o número de organismos causadores de doenças que entram em contato com as aves. Embora um germe possa não causar doenças e pássaros saudáveis possam resistir a centenas de germes, não se pode confiar no saneamento para controlar doenças contagiosas graves. Deve ser usado em conjunto com o isolamento e às vezes a vacinação para problemas como doença de Newcastle, gripe aviária, laringotraqueíte infecciosa, varíola aviária, etc. No entanto, o saneamento é importante para manter a saúde geral de um rebanho e é uma parte importante de um bom rebanho gestão.
2. Prevenção por isolamento
Se uma doença pode ou não ser prevenida pelo isolamento depende de:
(a) Onde vivem os microrganismos que causam a doença. Alguns organismos (como os que causam enterite necrótica, estafilococose, coccidiose, E. coli, etc.) estão espalhados pelo meio ambiente e é difícil evitar que as aves entrem em contato com eles. Alguns organismos são encontrados principalmente ou apenas em galinhas (aves doentes ou portadores saudáveis) e vivem fora do corpo da ave por um curto período de tempo (micoplasma). Outros podem viver dias, semanas ou meses no meio ambiente, dependendo do organismo e das condições (umidade, temperatura, etc.).
(b) A forma como o organismo da doença se espalha. A maioria dos germes de doenças é transmitida por contato direto, ou seja, de ave para ave. Se os germes da doença entrarem na penugem das aves ou em pequenas partículas transportadas pelo ar, eles podem ser carregados pelo vento, mas isso geralmente ocorre apenas em curtas distâncias. Os organismos são freqüentemente disseminados por transferência mecânica por objetos transportadores, como pessoas, ovos, caixas de ovos, caminhões, ração, água, ratos, cães, insetos, etc. Dois ou mais objetos separados podem estar envolvidos na disseminação de organismos de um rebanho para outro (de galinhas para ovos, para caixas de ovos, para pessoas, de volta para galinhas). Alguns animais, e certamente pássaros selvagens, podem ser infectados com uma doença e espalhar os germes. Os insetos são uma parte necessária da propagação de algumas doenças (leucocitozoário, plasmódio, etc.). Alguns organismos causadores de doenças são transmitidos pelo ovo, do adulto ao pintinho (disseminação vertical). Alguns germes de doenças são transmitidos pela veia ou por inseminação artificial no sêmen (micoplasma).
As doenças que são mais fáceis de controlar pelo isolamento são aquelas em que o agente causador sobrevive fora do corpo por apenas um curto período de tempo. Se o agente for transmitido por ovo, o bando de reprodutores também deve estar livre da doença. No caso de algumas doenças, pode ser necessário um programa de monitoramento regular para garantir que o rebanho permaneça negativo.
O isolamento não é apenas o mais barato, mas a melhor maneira de controlar muitas doenças contagiosas e um bom isolamento é equivalente a uma quarentena.
Características importantes de um programa de isolamento
(a) Ter apenas uma faixa etária na fazenda (um programa tudo dentro, tudo fora). Edifícios com mais de 100 metros de distância podem ser tratados como unidades separadas se os procedimentos adequados de isolamento e saneamento forem seguidos.
(b) Obter pintinhos ou substitutos de uma fonte única livre de doenças, adequadamente isolada ou criar substitutos em uma área diferente com cuidadores separados.
(c) Não ter edifícios vizinhos para aviários ou galinhas soltas dentro de um raio de 300 metros.
(d) Limpar e higienizar edifícios e equipamentos entre as safras. (molhe a cama antes de removê-la para proteger as aves vizinhas e não armazene ou espalhe a cama perto dos galpões).
(e) Proteja os prédios contra pássaros selvagens, mantenha ratos, gatos e cães afastados e controle insetos. Remova as aves mortas dos currais pelo menos duas vezes por dia e descarte as aves doentes e mortas a pelo menos 100 metros dos galpões. Certifique-se de que cães, gatos e pássaros ou animais selvagens não podem arrastar ou carregar galinhas mortas para a fazenda.
(f) Limitar o movimento dos trabalhadores de um edifício para outro.
(g) Traga apenas caixas e apartamentos para ovos novos ou esterilizados.
(h) Certifique-se de que os funcionários não mantenham aves domésticas ou de estimação, não entrem em contato com galinhas criadas soltas ou seus excrementos e não visitem outras granjas avícolas.
(I) Manter os visitantes (particularmente aqueles que podem visitar outras granjas) e fornecer botas e roupas de proteção para as pessoas que entram na área das aves.
(j) Desinfetar os veículos necessários (caminhões de alimentação, etc.) e restringi-los às áreas de carga e descarga, que não devem ser próximas à entrada do prédio. Mantenha o motorista no caminhão ou providencie botas e macacões.
(k) Certifique-se de que as equipes de avicultura desinfetem o equipamento, tomem banho e troquem de roupas antes de entrar na área avícola (exceto na limpeza).
(l) Tomar banho e trocar de roupa após levar as galinhas ao mercado ou se reunir com avicultores de outras granjas.
3. Prevenção por vacinação
As aves têm uma boa resposta imunológica a muitas doenças e à vacinação. Eles também transmitem imunidade aos descendentes através do ovo. Os criadores requerem um programa especial de vacinação.
Doença de Marek (MD) . Existem vários tipos de vacina. Todos são vivos e administrados por injeção. Se a vacina estiver disponível, todos os pintinhos devem receber a vacina MD imediatamente após a eclosão. Freqüentemente, dois tipos de vacina são administrados juntos. Não é necessária uma segunda vacinação em data posterior. Os pintinhos devem ser mantidos em um recinto limpo, longe de outras galinhas por três semanas.
Doença de Newcastle (ND) . Existe apenas um sorotipo de NDV, portanto, a vacinação adequada protege contra todos os patótipos de vírus. O anticorpo materno é fornecido por vários dias por galinhas imunes. Em países onde o vírus velogênico é endêmico, os pintinhos devem ser vacinados antes do dia 7 nos dias 21, 35 e 48 usando uma vacina mais imunogênica (ou virulenta) (LaSota) para a 3ª e 4ª vacinações. A vacinação deve ser repetida em intervalos de 45 a 60 dias em locais onde a DN é endêmica. A vacina viva em spray administrada adequadamente é melhor em adultos. A administração de colírio é melhor para pintos. Tanto o colírio quanto o spray podem ser usados após 8 semanas. A vacina na ração está disponível para os bandos das aldeias. A vacina morta pode ser administrada por injeção.
Bronquite infecciosa (IB) . Existem muitos sorotipos de IBV. Embora haja alguma proteção cruzada, novos sorotipos aparecem regularmente e podem escapar da imunidade de algumas vacinas. As poedeiras comerciais devem ser vacinadas conforme recomendado localmente. Os frangos também podem exigir proteção. As vacinas vivas administradas na água ou por spray são melhores em aves em crescimento. Vacinas mortas geralmente em óleo podem ser usadas para adultos. Alguns sorotipos de IBV causam doença renal.
Doença infecciosa da bolsa (DII) . Existe um sorotipo principal de IBDV, mas existem muitos patótipos. Como acontece com o ND, cepas leves de vacinas não protegerão contra cepas de vírus altamente patogênicas. O anticorpo materno é fornecido por 7 a 14 dias por galinhas imunes. Onde cepas patogênicas de vírus estão presentes, a vacina de força moderada deve ser dada nos dias 8, 14 e 28. Se o anticorpo materno não for uniforme, a vacina leve pode ser dada no dia 1. Para imunidade materna, vacina morta em óleo (frequentemente com ND E IB) pode ser administrado duas vezes às 16 e 18 semanas e pode ser repetido com 35 a 45 semanas, se necessário.
Encefalomielite aviária (AE) . Tremores epidêmicos. Apenas os criadores devem ser vacinados, mas as poedeiras também devem ser aplicadas para evitar uma queda na produção de ovos. A vacinação é feita em cerca de 12 semanas por meio de água ou “wing web stab” (vacina viva).
Artrite viral (VA) . A forma artrítica da infecção por reovírus é rara em muitos países. Quando a doença ocorre, os reprodutores devem vacinar duas vezes para fornecer proteção aos pintos (vacina viva ou morta).
Mycoplasma gallisepticum (MG) . A vacina viva MG é mais eficaz se for administrada a frangos MG negativos antes de serem infectados pela cepa de campo. Oferece menos proteção se administrado antes de 4 semanas. Outros programas estão disponíveis para criadores.
Laringotraqueíte infecciosa (ILT) . O ILT pode ser evitado por bons procedimentos de isolamento e higienização. O vírus da vacina é vivo e pode reverter para vírus patogênico e é eliminado para o resto da vida pelas aves vacinadas (assim como o vírus de campo por sobreviventes de surtos). Em áreas endêmicas, os criadores e as galinhas do tipo ovo devem ser vacinados com colírio quando transferidos para o galpão de postura. Vacine 2 semanas antes da provável ocorrência da infecção se houver risco de aves em crescimento. Em alguns lugares, os frangos são vacinados na água de beber em 3 semanas.
Varíola aviária . Em áreas endêmicas, a varíola pode ser transmitida por mosquitos e não pode ser evitada pelo isolamento. A vacina viva contra a varíola (ou outros tipos) pode ser dada por punção em rede de asa em 8 a 12 semanas. Perus também podem precisar de proteção.
Síndrome da gota do ovo (EDS, Adenovírus Grupo III) . Em países onde ocorre a SDE, bandos de poedeiras e matrizes podem ser vacinados em cerca de 16 semanas com bacterina adjuvante de óleo morta.
Adenovírus Grupo I (hepatite por corpos de inclusão, IBH) . Existem 12 ou mais sorotipos de adenovírus do Grupo I. Os subtipos 4 e 8 podem causar doença sem imunossupressão prévia. Pode ser necessário preparar vacinas vivas para prevenir essas infecções.
Cólera aviária . Em fazendas ou áreas onde ocorre cólera aviária, as aves podem ser vacinadas com vacinas mortas ou vivas. Existem muitas cepas de Pasteurella multocida e bacterinas autógenas podem ser necessárias para proteção.
Coriza infecciosa . Tal como acontece com a cólera aviária. A vacina viva não está disponível.
Coccidiose . Galinhas ou perus criados na ninhada ou ao ar livre devem ser protegidos por medicamentos até desenvolverem imunidade ou por vacinação oral no primeiro dia.
Os perus podem ser vacinados contra o Adenovírus do Grupo II (que causa enterite hemorrágica (HE) com vacina viva e contra erisipela com bacterina.
4. Prevenção por medicação
a) Medicamentos preventivos Algumas doenças como coccidiose, enterite necrótica e enterohepatite podem ser prevenidas com medicamentos. A medicação preventiva é mais útil quando a proteção é necessária apenas por um período limitado, como em frangos de corte, ou quando a imunidade não se desenvolve, como na enterite necrótica.
Coccidiose . A medicação anticoccidiana é amplamente usada em frangos de corte e geralmente é usada até que as aves estejam prontas para o processamento. Podem desenvolver-se cepas resistentes de coccídios e pode ser necessário trocar os anticoccidianos regularmente. A imunidade pode ou não se desenvolver e os anticoccidianos que permitem a imunidade são os melhores.
Enterite necrótica (NE) (Clostridium perfringens tipo A) . Antibiótico de baixo nível na ração é usado para prevenir NE e na enterite ulcerativa de codornas (UE) (Clostridium colinum). A bactéria deve ser sensível aos medicamentos em uso e, se houver fatores predisponentes, como a infecção por coccídios, eles também devem ser corrigidos.
b) Medicamentos terapêuticos Os medicamentos terapêuticos podem ser considerados preventivos quando utilizados para controlar a propagação de doenças infecciosas graves, como a coriza ou a cólera. O tratamento da coriza não deve ser iniciado até que 1/3 do lote esteja infectado ou a doença pode reaparecer após o tratamento.
Algumas bactérias desenvolvem rapidamente resistência aos medicamentos e diferentes drogas podem ter que ser usadas para o controle. As infecções por vírus geralmente não respondem ao medicamento, embora o medicamento possa prevenir a infecção bacteriana secundária a doenças causadas por vírus.
Os medicamentos administrados por injeção não devem ser administrados no abdómen ou na perna. Eles podem ser administrados sob a pele das costas ou no músculo da mama.
O medicamento administrado na água potável pode ser despejado nos bebedouros. Em um sistema automático, eles podem ser misturados em um grande recipiente e colocados no sistema por gravidade ou por bomba. O medicamento pode ser adicionado a um sistema de pressão com um dosador. Os pássaros bebem mais água em climas quentes. O nível do medicamento deve corresponder ao consumo diário e deve ser reduzido em climas quentes. Pode ser administrado por apenas 8 a 16 horas por dia.
O remédio é freqüentemente adicionado à ração na fábrica de rações. A maioria dos medicamentos preventivos é usada dessa forma. Em um surto de doença, o medicamento pode ser adicionado à água até que o alimento medicamentoso esteja disponível. Aves em crescimento bebem cerca de 3 vezes mais água do que a quantidade de alimento que comem. Adultos cerca de 2 vezes mais (por peso).
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